11 de abril de 2012

Memórias

No meu pensamento existe um fosso, um tormento
lá dentro existem monstros e pesadelos terríveis, buracos negros.
Ao viajar no meu pensamento encontro o meu passado e o meu presente
sou um astronauta dentro de mim próprio em busca da minha essência.
Ao chegar ao local onde são guardadas as alegrias e as memórias de amor
encontro um deserto e dentro dele um oásis repleto de vida, no centro está um lago cristalino,
à volta dele estão animais a saciar a sede e a descansar calmamente à sombra das árvores que o circundeiam.
Aquele oásis é a vida no meio do Inferno quente que o rodeia, tudo à volta é destituído de vida,
nada floresce, tudo definha rapidamente perante o sol impiedoso, tudo é despido de cor.
Ao chegar perto do lago, vejo uma imagem reflectida nas água, vejo um rosto a sorrir, vejo-te a ti.
Percebo então que a minha vida foi sempre um deserto por onde vaguei, encontrei a vida quando te encontrei, tu foste e és o meu oásis, és a água que sacia a minha sede e a tâmara que mata a minha fome.
Depois de sentir e ter vida, não quero voltar ao deserto, quero ficar no meu oásis, onde tudo é florido e bonito, não quero sentir o calor escaldante a queimar a pele, o ar seco que greta os meus lábios, quero sentir a frescura da tua pele, saciar a minha sede nos teus lábios,  refrescar-me na brisa do teu sorriso, e mergulhar dentro de ti e fundir-me no teu corpo, tornar-me uma só alma contigo.
Foi no oásis que és tu que a vida surgiu dentro de mim, que a paz e a calma entraram na minha vida, quero voltar a sentir a vida a fluir de ti.
Não quero sair deste sonho, desta viagem ao interior dos meus pensamentos, as memórias que guardo de ti
são as luzes que me mantêm acordado e sóbrio.
Ao acordar do sonho ficou o deserto, e a ausência de vida e de cor, tudo tem a mesma cor, tu és o sonho que comanda a minha vida.

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